A preocupação com a oferta global de café voltou a dar suporte para expressiva valorização do arábica e robusta no pregão desta terça-feira (9) nos terminais internacionais. Com as altas, o arábica se aproximou de 250 cents/lbp e o robusta ultrapassou US$ 4600 em Londres.
Conforme apurado anteriormente pelo Notícias Agrícolas, o mercado do café continua com suporte nas preocupações com a oferta global. A safra brasileira acontece sem grandes problemas, mas a incerteza em relação ao tamanho da produção ajuda a sustentar os preços. Outro fator importante, que agora o mercado começa a se atentar, é o tamanho da peneira da safra brasileira. Todas as regiões produtoras relatam peneira abaixo da média dos últimos anos.
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Em Nova York, setembro/24 era negociado por 248,10 cents/lbp, com alta de 1380 pontos, dezembro/24 avançava 1345 pontos, negociado por 245,65 cents/lbp, março/25 avançava 1285 pontos, cotado por 242,65 cents/lbp e maio/24 registrava alta de 239,45 cents/lbp. A valorização desta terça-feira representa o maior salto em mais de dois anos para o tipo arábica.
Em Londres, setembro/24 tinha valorização de US$ 286 a tonelada, valendo US$ 4634, novembro/24 avançava US$ 288 por tonelada, cotado por US$ 4464, janeiro/25 tinha alta de US$ 278 por tonelada, valendo US$ 4268 e março/25 tinha valorização de US$ 256 por tonelada, negociado por US$ 4103. Alta de hoje é maior em 16 anos para o robusta.
Além disso, as condições do tempo são favoráveis para a colheita, mas o déficit hídrico já observado nas principais origens produtoras traz novas preocupações. O mercado monitora ainda as previsões de um La Niña para o segundo semestre de 2024, o que pode trazer algum problema para a estação chuvosa nas áreas de café.
Segundo Fernando Maximiliano, o mercado segue refletindo as incertezas com a oferta do Vietnã. "É um cenário apertado no Vietnã, essa situação não vai melhorar no curto prazo porque a safra vietnamita começa só em novembro", afirma o analista.
É importante ressaltar que com as altas dos últimos meses, o produtor brasileiro aproveitou o momento para a "organizar a casa", se capitalizou e agora consegue participar do mercado de forma mais assertiva. Com o "jogo em mãos", o produtor do Brasil vem conseguindo ditar o ritmo das negociações, fator que também auxilia na valorização.
Faltando um longo período para o início da safra, que ainda é incerta para o mercado, os preços devem se sustentar, refletindo também no arábica. O analista destaca ainda que os dados de exportação do Vietnã, que registraram queda de 11% no último mês com 893.820 toneladas.
“O tempo seco continua impactando a produção no Vietnã”, disse Michael McDougall, diretor administrativo da Paragon Global Markets para a Bloomberg.
MÉXICO
As altas temperaturas e o baixo volume de chuva comprometem parte da produção mexicana. De acordo com a imprensa local, pelo menos 80% das lavouras de café do estado de Chiapas foram duramente afetadas pelo clima adverso e mesmo com o retorno da estação chuvosa, produtores buscam por auxílio do Governo para manter as atividades.
Ismanel Gómez Coronel, presidente do Sindicato dos Cafeicultores de Tapachula, afirma que plantas de arábica e robusta sentem os impactos da seca. "Goméz também criticou o abandono oficial da agricultura e de outras atividades rurais diante das condições agroecológicas adversas", afirma a publicação do portal La Silla Rota.
No Brasil, o mercado físico acompanhou o dia de valorização e também registrou alta nas principais praças de valorização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 3,23% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.440,00, Machado/MG teve alta de 4,66%, valendo R$ 1.460,00, Varginha/MG teve alta de 4,93%, cotado por R$ 1.490,00, Campos Gerais/MG teve alta de 3,14%, valendo R$ 1.480,00.
O tipo cereja descascado teve alta de 3,07% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.512,00, Varginha/MG teve alta de 5,41%, valendo R$ 1.560,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 3,01%, valendo R$ 1.540,00.