Maior produtor e exportador de café do mundo, o Brasil vem aumentando sua participação no mercado de cafés diferenciados. Com um mercado cada vez mais exigente, buscando boas práticas agrícolas e qualidade na xícara, os números mais recentes de exportação mostram que o país vem ampliando sua oferta desse tipo de café no exterior.
Segundo o relatório mais recente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil registrou aumento de 66,4% nos embarques de cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis. Entre janeiro e maio o Brasil exportou 3,992 milhões de sacas deste tipo de café, que inclusive correspondem por 19,3% das exportações totais.
O preço médio do produto foi de US$ 239,65 por saca, gerando uma receita cambial de US$ 956,6 milhões, o que corresponde a 21,4% do obtido com os embarques totais de café no quinquemestre. No comparativo anual, o valor é 61,1% superior ao registrado nos mesmos cinco meses do ano passado.
Principal parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos também aparecem em primeiro lugar na importação dos cafés difenciados com a compra de 1,0007 milhão de sacas. O volume corresponde a 25,2% do total exportado.
Fechando o top 5, aparecem Alemanha, com 709.464 sacas e representatividade de 17,8%; Bélgica, com 483.640 sacas (12,1%); Holanda (Países Baixos), com 279.800 sacas (7%); e Reino Unido, com 163.531 sacas
(4,1%).
MERCADO EXIGENTE
Há alguns anos o consumidor final está mais exigente e buscando por produtos com boas práticas agrícolas, e o setor cafeeiro no Brasil acompanha de perto essa fase de transição. Além da quantidade, os principais compradores de café do Brasil buscam cada vez mais por qualidade e sustentabilidade na xícara.
O setor exportador do Brasil há mais de um ano vem trabalhando junto aos compradores para entender, por exemplo, as novas regras de importação da União Europeia, um dos principais destinos dos cafés do Brasil.
A nova lei entra em vigor em dezembro e os compradores pedem por rastreabilidade. O setor trabalha na construção de uma plataforma para atender a demanda e comprovar a sustentabilidade aplicada há anos pelo cafeicultor brasileiro.
Diante deste cenário, o Cecafé destacou no último relatório o avanço nas exportações para União Europeia. "Por blocos econômicos, é válido salientar o crescimento dos embarques do café brasileiro à União Europeia, diante da aproximação da vigência do Regulamento da UE para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), a partir de 1º de janeiro de 2025. Nos cinco primeiros meses deste ano, o Brasil exportou 9,907 milhões de sacas a esse destino, ou 71,9% a mais na comparação com idêntico intervalo de 2023", afirma a publicação.