Mais altas para o café são registradas para os futuros do arábica negociados na Bolsa de Nova York. Perto de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam mais de 2%, levando o março de volta aos 321,25 cents de dólar por libra-peso. O maio tinha 318,65 e o julho, 313,20 centavos/lb.
"Após as quedas fortes, no início da semana, em um movimento de realização de lucros, reposicionamento e ajustes, os contratos de café na ICE Futures US e na ICE Europe, registraram mais dia desta semana trabalhando em alta, com ganhos expressivos", afirma o diretor do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
O especialista complementa dizendo que o avanço que volta a acometer os preços são, ainda, reflexo de fundamentos já conhecidos pelo mercado.
"Os problemas climáticos persistem e são globais, prejudicando a produção de café em todos os principais países produtores; os estoques de segurança são baixos, tanto nos países produtores como nos consumidores; após a chegada das chuvas, e a consequente abertura da principal florada, as informações sobre queda forte de flores nos cafezais brasileiros são crescentes, apontando para uma quebra significativa de volume na próxima safra brasileira de café 2025; a aproximação do período de inverno no hemisfério norte, quando o consumo de café cresce significativamente, e a resistência dos cafeicultores brasileiros em vender café nestes meses finais de 2024. Há estimativas de que apenas 20 % da atual safra brasileira 2024 ainda esteja em mãos de produtores".
No mercado físico brasileiro, o momento também é historicamente importante. As altas fortes registradas na Bolsa de Nova York se unem ao dólar ainda atuando na casa dos R$ 6,00, o que mantém muitas praças com suas referências ainda superando os R$ 2000,00 por saca. Os negócios, porém, ainda estão lentos.
"O mercado físico brasileiro permanece lento, com poucos negócios fechados. Há muito interesse comprador para todos os padrões de café, para exportação e consumo interno, porém o interesse vendedor neste final de ano não é grande. Cafés arábica de boa qualidade a finos, bem-preparados, voltaram a ser cotados a partir de R$ 2.100,00", afirma Eduardo Carvalhaes.