O café trabalhou na contramão de todas as commodities e registrou fortes altas em todas as sessões desta segunda-feira (14) nas bolsas de NY e Londres.
Segundo o analista e consultor em agronegócio, Lúcio Dias, na última semana os fundos diminuíram posição vendida, e como estão trabalhando bem e o mercado não teve força para cair, os torradores entraram comprando novamente, pois provavelmente estão descobertos de compras no mercado futuro. "Este movimento deixa então o mercado cafeeiro muito diferente do que estávamos acostumados a ver, e ajuda na valorização" completou Lucio.
Já para o gerente da mesa de operações da Minasul, Heberson Sastre, a lei da oferta e demanda foi o que movimentou o mercado cafeeiro nesta 2ª feira (14). "Os fundos estão comprados tanto em NY como em Londres. Estamos com exportações batendo recordes. Temos um grande aumento de consumo de café no mundo, com perspectivas de alta demanda até para o primeiro trimestre de 2025 e, em contrapartida, estamos com estoques apertados. Tudo isso vem gerando essa valorização dos futuros", explicou o especialista.
Além disso, existe também a perspectiva de uma quebra de safra vinda do Vietnã. De acordo com o Barchart, as exportações de café do Vietnã para o final da temporada 2023-2024 são estimadas em 25 milhões de sacas, queda de 10% em relação ao ano passado. E para a próxima temporada, a produção de café deve diminuir em 5-15% neste país.
Por conta disso, o arábica encerra o pregão com alta de 1.000 pontos no valor de 262,05 cents/lbp no contrato de dezembro/24, uma alta de 980 pontos no valor de 260,55 cents/lbp no de março/25, e um aumento de 960 pontos no valor de 258,50 cents/lbp no de maio/25.
O robusta registra alta de US$ 141 no valor de US$ 4.969/tonelada no vencimento de novembro/24, um aumento de US$ 165 no valor de US$ 4.843/tonelada no de janeiro/25, e uma alta de US$ 159 no valor de US$ 4.701/tonelada no de março/25.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro o Café Arábica Tipo 6 termina o dia registrando alta de 3,27% em Franca/SP no valor de R$ 1.580,00/saca, alta de 2,67% no valor de R$ 1.540,00/saca em Machado/MG, e um aumento de 3,33% no valor de R$ 1.550,00/saca em Varginha/MG.
Já o Cereja Descascado registra alta de 3,82% no valor de R$ 1.630,00/saca em Varginha/MG, e alta de 2,52% no valor de R$ 1.630,00/saca em Poços de Caldas/MG.